Hoje apetece-me falar de fontes!
A revelação da identidade do Garganta Funda que deu origem ao caso Watergate é um exemplo, pelo menos para mim, a seguir no jornalismo do século XXI. O segredo, em nome da protecção das fontes, durou tempo demais. Em muitos casos com protagonistas nacionais, com alguns dos que em Portugal se dizem jornalistas, teria durado apenas trinta minutos. Não fossem os exemplos recentes de revelações de fontes, como é o caso do jornal de referência do nosso país: o PÚBLICO!
As fontes e a sua identidade são sagradas. É um princípio – base que todos os jornalistas aprendem a partir do momento em que se iniciam nos estudos académicos e depois abraçam a profissão. Infelizmente nem todos respeitam uma condição que em vários países tem levado outros profissionais da comunicação social à tortura, à prisão e até à morte. É vulgar aparecerem na praça pública rumores e boatos, muitas vezes confirmados mais tarde, sobre a pessoa onde tem origem a fuga de informação que permite construir uma determinada notícia.
Se há ou não violação do segredo de justiça, e se deve ou não haver, é uma discussão que por agora não vem ao caso mas, seja como for, nunca se deve revelar ou insinuar a identidade de uma fonte. Não é grave, é gravíssimo quando acontece.
Principalmente porque acontece normalmente como mera expressão de vaidade - revelando o mérito de ter alguns contactos privilegiados - ou como forma de justificação para fugir a críticas e calúnias de gente menos crente e mais maldosa. Ser jornalista é também saber assumir com coragem as consequências do que nos pode acontecer quando se mexe em algumas questões menos pacíficas, sem recorrer a métodos menos "católicos" para converter os menos crentes.
Em 1972, Mark Felt, o então número dois do FBI, revelou a dois jovens jornalistas norte-americanos que a sede do Partido Democrata tinha sido alvo de escutas telefónicas instaladas pela CIA em tempo de campanha eleitoral. Bob Woodward e Carl Bernstein eram os dois jornalistas escolhidos por Felt e foram também dois ouvidos atentos a todas as informações reveladas no maior sigilo. O Washington Post era o jornal onde trabalhavam e por razões óbvias, devido à delicadeza do assunto, informaram Ben Bradlee, o director da publicação.
Richard Nixon estava na presidência. Dois anos mais tarde foi obrigado a demitir-se. Foi a única resignação na história dos Estados Unidos da América. O caso deu grande brado no país e no mundo, e desde sempre existiu uma lista de nomes suspeitos.
Os quatro nomes envolvidos neste “furo” jornalístico foram fiéis à promessa feita e à palavra dada, mantiveram segredo durante mais de três décadas. Woodward e Bernstein foram ainda fiéis à cartilha ética e deontológica dos jornalistas. Só agora, por vontade do próprio denunciante, os verdadeiros contornos de quase toda a história chegam ao conhecimento do público em geral.
Há muitos jornalistas em Portugal que funcionam desta forma há vários anos, e alguns já foram pressionados várias vezes, e aliciados outras - ACONTECE DIARIAMENTE - para revelarem a origem das informações que lhes permitem dar notícias difíceis de conseguir sem as suas preciosas fontes. Não o fazem por respeito à profissão, às fontes e a si próprios. Só é pena que nem todos procedam com tanta nobreza, e por isso há tantos rumores, boatos e intrigas na praça pública envolvendo nomes de prováveis fontes. Houvesse mais respeito e mais consciência e não seria assim. Woodward e Bernstein são mais dos que dois bons jornalistas, são excelentes exemplos.
Digam o que disserem, tenho para mim própria a consciência de preservar as fontes - de primeiro ou segundo plano - com quem lido todos os dias. São elas que me dão as notícias e merecem o meu respeito e a minha confiança. Se as «queimar», corro o risco de perder o que de mais precioso tenho e AINDA estou a construir: a AGENDA!
Beijinhos e abraços para todos!
7 comentários:
Ola ana espero q esteja tudo ok contigo!! Estou aqui a deixar um apelo em nome de toda a turma, q diz que antes enchias os mails ... e agora é o blog!!! mesmo assim preferem que entupas os mails pq da para apagar, tambem dizem que se quiserem estar informados compram o jornal.. desculpa ser tao directa mas é o que toda a gente anda a comentar!!Beijinhos
Em nome de toda a turma, não! Não passei nenhuma procuração para falarem em meu nome, até porque eu NÃO subscrevo o que o "Anónimo", neste caso, a "Anónima" escreveu.
As mensagens aqui escritas só lê quem quer e ainda existe um direito que se chama liberdade de expressão. Não sei quem escreveu, nem quero saber, mas não acho correcto.
Aqui fica o meu recado.
Ana, continua!!!!
só p meter ferro: eu sei quem foi eu sei quem foi!!! toma toma toma!!! don´t worry clara, não é nada contra ti! é só tonteira desta gente!!!
Escreve Ana!!!
Este espaço é gratuito e acima de tudo um espaço de reflexão!
Já basta a "porcaria" que o Ginga diz. Este é um espaço sério e ele só conta as bebdeiras dele...
Xau Ana
Beijinhos e viva o Bairro Alto
Continua a escrever Ana, este blog foi feito para isso, para escrever e lançar o "debate", penso eu.
Que eu saiba, a censura ainda não chegou a estes lados. Toda a gente tem o direito de escrever o que quer.
Jinhos Ana
foda-se! desde quando é que vem práqui pessoal anónimo foder-me a tola?!?! contar as minhas bebedeiras?!? que merda é essa? que eu saiba eu não as conto, apanho-as!!! Viva o Bairro Alto?! Vai lá vai!
Todos têm direito de escrever o que quiserem na blog... quem não gostar de ler não lê... é simples de resolver esse problema...E sinceramente... a pessoa anónima que seja mais directa e assine o seu nome...assim é cobardia...
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