Não é fácil fazer um balanço cuidado do que aconteceu nestes 100 dias de Governo socialista. Contudo, um dia, com uma maior distância, os politólogos e analistas poderão chegar a uma de duas conclusões: foram estes meses que «mataram» ou «glorificaram» o Executivo de José Sócrates.
E esse balanço vai-se fazendo com o tempo, com a tempestade pública, com a agitação no país, em função daquilo que parece ser um percurso que não poupa nem ajuda ninguém, em nome de um moralismo que nada tem a ver com política.
Os portugueses querem soluções à medida, melhorar as suas vidas, ver o país crescer e andar para a frente, e ninguém, em boa verdade, pode garantir que isso vai acontecer, e que daqui a uns anos está tudo melhor.
Não tem sido assim, e porque razão será agora? O Governo tem de perceber que está em funções em nome de uma maioria que o sustenta, e não contra tudo e contra todos. Isso é o fim, dure o tempo que durar. Cem dias é pouco para avaliar um Governo, mas é também tempo suficiente para se perceber o caminho escolhido.
Ainda assim, vai já sendo tempo de o eng. José Sócrates sair da cortina de silêncio que tem implementado. Entendo que queira ser o oposto de Pedro Santana Lopes. Quer marcar pela discrição. Quer marcar calando assessores. Não quer que a comunicação descubra intenções políticas antes de si mesmo. Demarca-se de polémicas. No entanto, é bom que o sr. Primeiro-ministro saiba que é preciso começar a aparecer mais. Explicar as polémicas no momento certo. Talvez fosse bom aconselhar-se com o seu nr.2: António Costa.
Só assim, conseguirá colocar no terreno as suas políticas estruturais. Só assim os portugueses serão convencidos, ainda que mal! Só assim, poderá minimizar os custos políticos de uma eventual derrota autárquica!
Beijos e abraços para todos!
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