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domingo, junho 26, 2005

A promessa!

Quem segue e persiste no caminho de uma profissão chamada «Jornalismo» percebe, desde o primeiro instante, que nada nesta classe são, como se costuma dizer, «favas contadas». Há cerca de um ano ingressei na profissão. Na altura – ainda nos bancos da Faculdade – pensava que não havia nada mais duro e difícil que o estudo e que os exigentes números de trabalhos pedidos pelos professores. Enganava-me. Percebi, pouco tempo depois, que as hercúleas batalhas ainda estavam para chegar. Sentia-as – e sinto – na pele que vesti: o Jornalismo.
Desde então muito aprendi. Muito ainda estou a aprender. E muito mais tenho ainda para saber. A propósito da demissão do meu director quero apenas salientar duas coisas. A dimensão humana de qualquer pessoa não pode NUNCA ser dissociada da dimensão profissional. Luís Osório contemplou ambas em a A Capital, sabendo distanciar-se, sempre, de uma e outra, consoante as circunstâncias. Muito aprendi com ele. Soube, no momento certo, ensinar-me a aprender com os erros. E nos momentos de brilho sempre soube também incentivar-me, dando-me motivação para evoluir na profissão e, sobretudo, para não desistir NUNCA do jornalismo – algo pelo qual sempre lutei e continuarei a lutar.
A vida é, na minha visão, uma sucessão de ciclos naturais. Luís Osório fez parte do meu primeiro ciclo na profissão. Isso é algo que não se esquece. O abalo em cada um de nós que teve a oportunidade de privar com ele é, obviamente, inevitável. Ainda assim, os abalos só podem servir para nos fortalecer e seguir em frente. A história das nossas memórias fará o resto. E já se encarregou de colocar o Luís nessa resenha!
P.S. – Seria bom para nós, jovens licenciados em Jornalismo, que pudéssemos discutir e partilhar experiências. Quem sabe, num futuro próximo, as distâncias não se encurtem e possamos trocar conhecimentos. Por mim, cá estarei, disponível para isso.

2 comentários:

Marco Dinis Santos disse...

Olá Clara, sei bem do que falas.
De facto aquilo que aprendemos na escola, as dificuldades por que passamos não se podem comparar com a panóplia de atrofios sentidos na prática profissional. Coisas que nos puxam para baixo, ou que nos mandam uns encontrões. Há dois anos nisto (feitos em Junho) ainda conservo aquele romantismo na profissão, do qual todos se lembram, com certeza.
Nunca to disse mas fica aqui a minha opinião sobre A Capital: foi o jornal que mais evoluiu nos últimos meses em todos os aspectos. De facto o Luís Osório e todos vocês fizeram um trabalho notável, que me fez mudar de jornal diário. Espero que a linha editoral não mude com esta nova direcção. Porque ao longo deste tempo A Capital passou também a ser o meu jornal, (como diria o Carlos Madeira, a minha companhia lol).
Jinhos para ti um abraço aí na redacção de um camarada d'O RIBATEJO

Ana Clara disse...

Fico contente por saber que compreendes o que expus. Há experiências que são fulcrais serem partilhadas. Concordo contigo quando dizes que a A Capital evoluiu. Ainda que tenha sido uma evolução gradual e que foi agora interrompida com esta súbita saída do Luís Osório. É um processo estranho - para mim - mas natural. Bem o sei. Ainda assim, é um hábito que tenho de interiorizar. Gostava de discutir contigo esta e outras questões. Temos de combinar um café.
Beijinhos.