O último caso de tráfico de influências que inundou a imprensa nos últimos dias provocou na política e no jornalismo o mesmo efeito que a Moderna e a Pedofilia. Surgem informações e boatos que circulam a grande velocidade sem qualquer controlo por parte de editores, chefes de redacção e directores.
Ler os jornais nos últimos dias é um espectáculo triste. Muito jornalismo faz eco de boatos que circulam e falam de justiça de forma muito curriqueira e sem nenhum sentido de profissionalismo. Alguns casos até são interessantes e até são, com algum esforço, “casos”. Mas a maior parte não passa de pequenas histórias, muitas vezes já contadas e sem qualquer proximidade com nada de factual e verdadeiro.
Só lamento que, por vezes, os interesses dos grupos económicos que detêm os jornais, «obriguem» jornalistas a escrever pura especulação. Mas mais triste ainda é o facto dos jornalistas aceitarem essa manipulação. Mas quando o mercado de trabalho está como está, impera deixar uma questão para reflexão: Torna-se numa prática legítimo o jornalista ceder a essas pressões?
P.S.: Rubina - Desculpa não te ter ligado hoje, mas só agora acabei o trabalho e não tive tempo. Lamento, mas não vou poder estar na ESTA dia 9. Não consigo trocar de folgas com nenhum colega meu.
1 comentário:
O cenário triste do jornalismo português de que falas existe, efectivamente. O interesse económico que falas também existe. Mas o pior de tudo, e que continua a imperar em Portugal, é a existência de um segredo de Justiça exigente demais e de uma Justiça, ela própria, fechada para o mundo e para as necessidades de uma população cada vez mais atenta. Quando casos como os que mencionas surgem, é normal que a curiosidade venha ao de cima e que as pessoas queiram estar a par da actualidade. É certo também que uma investigação policial requer o máximo de sigilo. Agora não me venham com conversas de que um processo, quando chega ao tribunal, logo na fase de inquérito, não pode ser divulgado de forma alguma. É por não termos assessores nos tribunais, é por não haver um juiz disposto a elaborar um comunicado com o resumo do que se passa no processo, é por haver um sistema completamente retrógrado que o cenário na imprensa é triste. Cada jornalista vai buscar a informação à primeira fonte que lhe aparece e isso é que é triste, pois cada fonte tem os seus interesses próprios.
A Justiça deve ser, e quero acreditar que seja, cega, mas que o seja só na hora de ditar as sentenças a quem é arguido.
Quanto ao resto, está na hora de abrir os olhos...
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