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quarta-feira, agosto 03, 2005

Onde?

Onde?
Onde?Por mais que queira, por mais que me peçam. Por mais que me sorriam. Não consigo imaginar que daqui a dias todos vocês deixarão de continuar a sorrir. No mesmo sítio. Nos mesmos lugares. Na mesma rua. Há ciclos da vida que não se repetem. Há momentos que não têm retrocesso. Passaram dois dias. E na minha cabeça parece que passaram anos. Anos de família. Anos de alegria. Anos de uma redacção irrepetível. Mira...continuas a dizer-me: «Ainda sou Chefe». És sim. E continuarás a sê-lo sempre. Entre eu onde entrar...as pessoas serão outras, mas os Chefes, os colegas e os amigos ficaram aqui, nesta redacção!Um ano pode parecer pouco para os que aqui já trabalham há muitos anos. Mas «o pouco» foi o suficiente para encontrar aqui o que sei não encontrar em mais lado nenhum. A todos vos levarei comigo. Em todos vou pensar quando encontrar os abutres – como dizes Bruno Pires. Sei que todos nós não esqueceremos tão cedo esta faca que nos cravaram no peito. Mas também sei que todos nós vamos ser capazes de seguir em frente. De continuar a lutar pelo que mais gostamos de fazer e que alguém – sem escrúpulos – resolveu roubar. A todos, sem excepção deposito um enorme «Obrigado». Lembrar-me-ei de ti Sandra quando te pedia água e tu não tinhas. Não me esquecerei de ti Mila...por todos os dias ter a tua preocupação. Obrigado Elsa pelos teus gritos para que eu e o Claro parássemos de discutir em piquetes onde o silêncio imperava. Obrigada Nascimento pelos sorrisos que recebia em dias menos bons. Obrigada Maltez pelo seu «Então, Ana Clara, os chatos da Política não te atendem?». Um sentido agradecimento a ti, Mira, por resolveres sempre tudo, mesmo o que parecia impossível... Não esqueço o dia em que entrei na Capital. Foste tu que me recebeste. Às 10 da manhã. Lembras-te? [Só faltou mesmo conhecer o Gui...]. A ti Oliveira...lembrar-me-ei sempre dessas maravilhosas gargalhadas que sempre me puseram bem disposta. Goulart...para ti um beijo. Um beijo de uma filha que sempre te ouviu...[Lá se foi a nossa tese sobre sexo...]. Koto...foste a minha primeira Chefe...Zen...meses depois. Quem dera que continuasses a sê-lo...nos dias em que editavas a Política e que te passavas com o meu stress porque era Sábado ou Domingo e não havia político algum que atendesse o telemóvel... Até mesmo quando eu estragava as secundárias...e te punha os cabelos em pé...Paulo a quem vou agora ligar insistentemente para perguntar coisas redundantes? E quem me pedirá mais cigarros? Vou sentir falta de me pedires cigarros...ainda que fossem LM’s...Vou ter saudades de ti Lídia...e do teu ar e discurso reprovador quando fumava cigarros sem cessar o dia todo. Marta...de ti vou lembrar-me sempre do Carmona e das conversas que nos faziam rir...bem como dos sumos e dos iogurtes do Continente... Guedes...quem dera poder continuar a chatear-te com números de telefone – que me davas vezes sem conta e que nunca os encontrava na confusão da minha agenda. Continua a achar que te sairias bem a tentar off’s políticos... Claudinho...nunca me hei-de esquecer das tuas brilhantes entradas diárias no jornal: «Então Clarinha, que cara é essa. O Bosh não te liga nenhuma hoje?». Susaninha...a quem vou agora trazer lanches? De quem me vou lembrar sempre que precisar de um sorriso que me acalme? Patita...onde vou encontrar alguém para chatear para vir para a Política? Maria Jorge...quem me virá agora fazer companhia para um cigarro? Já não te terei para falar das «nossas» crianças...Raminhos...onde estarás tu com o teu iogurte e com as tuas imitações do Tony Carreira e do Carvalhas? «Ana Clara, histoicamente no seu posto de trabalho». Quem me vai dizer isso agora, Carmo? John: com quem vou discutir agora sobre a guerra dos sexos? Com quem vou rir-me agora John...Bruno Pires....onde vou ouvir agora o «Então....ttuuddoo beemm?» Quem me virá mais chatear com o «anão» do meu amigo? Diz-me Bruno Pires, quem?E o teu silêncio Antunes, onde vai parar agora? O silêncio que nunca o foi... Teixeira quem dirá agora: «O que tu queres sei eu»? Gi...quem vou eu ouvir agora com os problemas da vida. Cavaco...com quem vou agora brincar com os cortes de cabelo. Garcia...de quem vou agora saber as últimas críticas sobre os cães e os pombos? Catarina...quem me visitará agora todos os dias e se meterá com a Política? Pedro Castro...quem dirá agora...ao final do dia: «Até amanhã, Política?» E de quem vou receber um beijo diário? Onde fica agora o ar alucinado amigo que encontrava aqui, Alexandre? Paulinha...onde paira agora sempre esse sorriso com que entravas todos os dias no primeiro andar? Vera...em que escadas te vou encontrar agora sempre com um café e com um cigarro? Helena, quem me perguntará agora pelo meu sobrinho? João, a quem vou agora estragar páginas à hora de fecho? Fred...não se repete a tarde na Arrábida onde as chamas tinham por ali passado dias antes...Já lá vai um ano. Rogério...onde fica os olhares que diziam tudo o que de bom ou menos bom existia? Zé Cruz...quem me vai agora trazer cafés? Caria...já não vou mais poder dizer que não sei que fotos são... Pedro Lopes...já não terás de conduzir mais duas pessoas dentro de um Smart...nem desviar-te das lombas entre Belém e a Basílio Telles. Adriana...agora já posso dizer...Sim, Dri, posso tomar café! E agora vocês. Mariana quem me vai agora aturar? Quem vai acalmar-me e fazer-me rir? A quem vou chatear com o jogo de fim de dia cansativo... Já não há sardas a meu lado... Mas haverá sempre a recordação desse rosto que nunca mudará. Bruno...quem me acalmará agora nos dias em que os nervos insistem em ficar? Quem vai agora renascer as titaradas desta secção? «Ai Ana Clara....», quem mo dirá agora? Já não haverá quem me chame, carinhosamente, «vaca nazi». Já não há.Luís Claro...quem me irritará a partir de agora? Quem me vai pôr todos os dias com os nervos à flor da pele com as piadas que não têm graça e com as outras que até tinham alguma... Quem me vai pedir um cigarro? A quem vais tu agora «roubar» isqueiros? Com quem vou agora tomar café todos os dias antes de começar a trabalhar? Aos três...em especial...guardar-vos-ei cá dentro, bem no fundo! Obrigado aos três por tudo quanto me ensinaram...Não sei quem nem onde vou recuperar tudo isto. Sei apenas que tudo isto não será apagado da minha vida. E do meu futuro, fará parte todo este passado, onde todos vocês caberão sempre! Sempre!

Nota: Sei que isto perante vós nada vale, mas só queria demonstrar um pouco do que me vai na alma perante esta redacção que não morrerá nunca... Esta também no blog da Capital

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