Finalmente acabo 2005, pelo menos em trabalho! Não quero despedir-me do ano velho sem aqui vos deixar os meus votos de um Feliz Ano Novo! Não desejo as preces do costume. Deixou apenas um sincero desejo de muita saúde! Sem ela, nada mais podemos realizar. Mas se a tivermos tudo quanto quisermos poderá realizar-se. Basta querer e lutar por isso!
Beijinhos para todos!
sexta-feira, dezembro 30, 2005
Um Candidato no Reveillon
Mário Soares prepara-se para ser o único dos candidatos à Presidência da República que vai aproveitar o "reveillon" (noite de passagem do ano) para levar a cabo mais uma actividade de campanha. Uma situação inesperada, de vantagens não comprovadas e que leva de imediato a conclusões que apontam para o domínio das atitudes desesperadas.
Soares surge aos olhos da opinião pública como o candidato que está a olhar com a ansiedade para o tempo que se esgota, e que deita mão a todos os recursos para não desperdiçar nenhuma oportunidade: mesmo que esteja em causa uma noite especial, ritualista e de diversão pura. Uma noite em que poucos estarão dispostos a perder tempo com política e politiquices. Soares ficará sozinho no "plateau", mas também por isso parecerá o mais tenso e preocupado com os resultados finais. Os outros candidatos tiram folga, para descontrair e descansar, mas não o candidato apoiado pelo PS. Soares não fará assim uma pausa natural que permita fazer a distinção entre a pré-campanha e a campanha oficial. Na noite de passagem do ano, enquanto a esmagadora maioria dos eleitores estará a fazer a sua festa de despedida do ano velho e de boas-vindas ao novo ano, há um candidato disposto a enfrentar o instável equilíbrio das emoções, alimentadas por estados etílicos exagerados, que se vão exacerbar e excitar com a presença da comunicação social. Na noite de passagem do ano há um candidato na rua em acção de campanha, provavelmente tentado a dizer que não é o caso (como fez recentemente com um passeio em Campo de Ourique em que os jornalistas foram previamente convocados pelo Staff, que também o acompanhava no tal passeio), com mais de cinco dezenas de pessoas atrás, entre jornalistas, repórteres de imagem e fotográficos, elementos do staff e seguranças. E não deve ser nada fácil garantir a segurança de um ex-presidente numa noite de fim-de-ano, mesmo que seja confinada a um espaço com entradas controladas. O factor etílico fará aqui toda a diferença. O que ganhará Soares com esta isolada actividade de campanha para além de muitas e óbvias críticas? Talvez uma peça nos Telejornais da hora do almoço no dia seguinte quando a maior parte dos portugueses estará a repousar de uma noitada à moda antiga. Provavelmente um ou dois soundbites na rádio e várias referências nos jornais. Notícias que provavelmente vão aparecer confrontadas com as opiniões dos outros candidatos sobre essa acção de campanha, debitadas confortavelmente sem estragarem os seus planos de festa, privada, para esse dia. Mário Soares acredita que vai marcar a agenda, mas aparecerá diluído no meio das notícias habituais nesta época do ano. Isto, claro, se não acontecer nenhuma tragédia que absorva todas as atenções de espectadores, ouvintes e eleitores. De quem terá partido ideia tão inesperada? Do candidato ou do staff?
Soares surge aos olhos da opinião pública como o candidato que está a olhar com a ansiedade para o tempo que se esgota, e que deita mão a todos os recursos para não desperdiçar nenhuma oportunidade: mesmo que esteja em causa uma noite especial, ritualista e de diversão pura. Uma noite em que poucos estarão dispostos a perder tempo com política e politiquices. Soares ficará sozinho no "plateau", mas também por isso parecerá o mais tenso e preocupado com os resultados finais. Os outros candidatos tiram folga, para descontrair e descansar, mas não o candidato apoiado pelo PS. Soares não fará assim uma pausa natural que permita fazer a distinção entre a pré-campanha e a campanha oficial. Na noite de passagem do ano, enquanto a esmagadora maioria dos eleitores estará a fazer a sua festa de despedida do ano velho e de boas-vindas ao novo ano, há um candidato disposto a enfrentar o instável equilíbrio das emoções, alimentadas por estados etílicos exagerados, que se vão exacerbar e excitar com a presença da comunicação social. Na noite de passagem do ano há um candidato na rua em acção de campanha, provavelmente tentado a dizer que não é o caso (como fez recentemente com um passeio em Campo de Ourique em que os jornalistas foram previamente convocados pelo Staff, que também o acompanhava no tal passeio), com mais de cinco dezenas de pessoas atrás, entre jornalistas, repórteres de imagem e fotográficos, elementos do staff e seguranças. E não deve ser nada fácil garantir a segurança de um ex-presidente numa noite de fim-de-ano, mesmo que seja confinada a um espaço com entradas controladas. O factor etílico fará aqui toda a diferença. O que ganhará Soares com esta isolada actividade de campanha para além de muitas e óbvias críticas? Talvez uma peça nos Telejornais da hora do almoço no dia seguinte quando a maior parte dos portugueses estará a repousar de uma noitada à moda antiga. Provavelmente um ou dois soundbites na rádio e várias referências nos jornais. Notícias que provavelmente vão aparecer confrontadas com as opiniões dos outros candidatos sobre essa acção de campanha, debitadas confortavelmente sem estragarem os seus planos de festa, privada, para esse dia. Mário Soares acredita que vai marcar a agenda, mas aparecerá diluído no meio das notícias habituais nesta época do ano. Isto, claro, se não acontecer nenhuma tragédia que absorva todas as atenções de espectadores, ouvintes e eleitores. De quem terá partido ideia tão inesperada? Do candidato ou do staff?
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Soares terá feito o último grande debate político da sua vida, daí se explique a agressividade!
Os números das sondagens dizem-nos que Mário Soares teve uma ligeira vantagem sobre Cavaco Silva no debate para as presidenciais, realizado esta terça-feira. Porém, essa vantagem é de dois por cento, e como a margem de erro é superior a este número, temos de falar num empate técnico. Por outro lado, e como tem vindo a acontecer nestas semanas, houve mais pessoas que não viram o frente-a-frente do que as que a ele assistiram. Mesmo tendo sido um debate crucial despertou pouca curiosidade.
Mário Soares fez o que lhe competia. Desde o princípio ao fim, adoptou uma atitude de ataque extremamente agressiva, umas vezes ideológico, outras a nível pessoal, e foi aí que Soares pecou mais.
Deveria ter sido mais rico nas críticas ideológicas e políticas e mais contido nas pessoais, como a que fez dizendo que Cavaco não lia livros, mas sim dossiês, ou sobre as histórias sobre o seu adversário nos conselhos europeus, que não diria em público, mas sugeriu.
Quanto a Cavaco, poderia ter feito mais para explicar algumas decisões políticas e económicas importantes durante os seus mandatos como primeiro-ministro, e nesse aspecto esteve algo retraído, talvez por ter dito que queria falar mais sobre o futuro que sobre o passado. A verdade é que, no momento em que foi atacado quanto ao passado, tinha a obrigação de responder. Mário Soares terá feito, provavelmente, o último grande debate político da sua vida, daí se explique a agressividade que utilizou.
Por fim, a queixa que Manuel Alegre fez ao serviço público da RTP, em relação ao debate realizado a seguir com representantes dos quatro partidos que apoiam as candidaturas, excepto a dele, que ficou sem possibilidade de defesa. É uma observação que faz todo o sentido, pois se a RTP queria efectuar um debate com representantes das candidaturas teria, obviamente, que incluir a de Alegre.
Mário Soares fez o que lhe competia. Desde o princípio ao fim, adoptou uma atitude de ataque extremamente agressiva, umas vezes ideológico, outras a nível pessoal, e foi aí que Soares pecou mais.
Deveria ter sido mais rico nas críticas ideológicas e políticas e mais contido nas pessoais, como a que fez dizendo que Cavaco não lia livros, mas sim dossiês, ou sobre as histórias sobre o seu adversário nos conselhos europeus, que não diria em público, mas sugeriu.
Quanto a Cavaco, poderia ter feito mais para explicar algumas decisões políticas e económicas importantes durante os seus mandatos como primeiro-ministro, e nesse aspecto esteve algo retraído, talvez por ter dito que queria falar mais sobre o futuro que sobre o passado. A verdade é que, no momento em que foi atacado quanto ao passado, tinha a obrigação de responder. Mário Soares terá feito, provavelmente, o último grande debate político da sua vida, daí se explique a agressividade que utilizou.
Por fim, a queixa que Manuel Alegre fez ao serviço público da RTP, em relação ao debate realizado a seguir com representantes dos quatro partidos que apoiam as candidaturas, excepto a dele, que ficou sem possibilidade de defesa. É uma observação que faz todo o sentido, pois se a RTP queria efectuar um debate com representantes das candidaturas teria, obviamente, que incluir a de Alegre.
quarta-feira, dezembro 21, 2005
BOAS FESTAS
Olá...
Espero que estejam todos bem...
Deixo-vos aqui a minha msg de Um Feliz Natal... e um Optimo 2006!
Divirtam-se!
Beijinhos a todos
Espero que estejam todos bem...
Deixo-vos aqui a minha msg de Um Feliz Natal... e um Optimo 2006!
Divirtam-se!
Beijinhos a todos
sábado, dezembro 17, 2005
Cavaco consolida vitória à primeira!
Mário Soares está mais longe de Manuel Alegre desde Novembro. Mas Cavaco Silva seria vencedor à primeira volta se as eleições presidenciais acontecessem hoje, segundo o estudo da Eurosondagem, realizado para a SIC, Expresso e Rádio Renascença.
Eleitorado ao centro
A Eurosondagem questionou também os inquiridos sobre como consideram politicamente o seu posicionamento e o seu voto habitual. A maioria das respostas está ao centro e a tender para a esquerda, curiosamente quando o candidato favorito, Cavaco Silva, vem da direita.
De facto, na direita, centro-direita e centro-esquerda, Cavaco Silva é sem dúvida o candidato que mais pontos soma. Até mesmo no centro esquerda, o ex-primeiro-ministro consegue ter mais votos do que o candidato apoiado pelo PS.
Apesar de não haver dúvidas de que Mário Soares é o candidato preferido da esquerda, Manuel Alegre também consegue um bom desempenho à esquerda, mas curiosamente tem melhores resultados no centro-direita do que no centro-esquerda. Quanto a Jerónimo de Sousa, é à esquerda que vai buscar mais apoios. Aliás, é curioso verificar que o candidato apoiado pelo PCP tem mais votos nesse segmento do que Francisco Louçã. O candidato apoiado pelo Bloco consegue melhores resultados no centro-direita e no centro-esquerda.
P.S. - Cavaco está cada vez mais próximo do «cadeirão» do Palácio cor-de-rosa. Seria um erro histórico os portugueses, no próximo dia 22, elegerem outro homem para Belém. Se isso acontecer, desculpem, mas emigro para Espanha!
Eleitorado ao centro
A Eurosondagem questionou também os inquiridos sobre como consideram politicamente o seu posicionamento e o seu voto habitual. A maioria das respostas está ao centro e a tender para a esquerda, curiosamente quando o candidato favorito, Cavaco Silva, vem da direita.
De facto, na direita, centro-direita e centro-esquerda, Cavaco Silva é sem dúvida o candidato que mais pontos soma. Até mesmo no centro esquerda, o ex-primeiro-ministro consegue ter mais votos do que o candidato apoiado pelo PS.
Apesar de não haver dúvidas de que Mário Soares é o candidato preferido da esquerda, Manuel Alegre também consegue um bom desempenho à esquerda, mas curiosamente tem melhores resultados no centro-direita do que no centro-esquerda. Quanto a Jerónimo de Sousa, é à esquerda que vai buscar mais apoios. Aliás, é curioso verificar que o candidato apoiado pelo PCP tem mais votos nesse segmento do que Francisco Louçã. O candidato apoiado pelo Bloco consegue melhores resultados no centro-direita e no centro-esquerda.
P.S. - Cavaco está cada vez mais próximo do «cadeirão» do Palácio cor-de-rosa. Seria um erro histórico os portugueses, no próximo dia 22, elegerem outro homem para Belém. Se isso acontecer, desculpem, mas emigro para Espanha!
quinta-feira, dezembro 15, 2005
oh yeah!!!
Atão não é que a Manela Boca Gags vai finalmente deixar a TVI!! Só peca por tarde. Cada vez que mudava para a TVI e via aquela bocarra até me assustava, isto já para não falar nas enormidades que ela dizia e pelo suave tom da sua bocarra!
Sabiam que ela têve aulas de dicção durante muito tempo? É verdade, é que tinha que tapar metade da boca cada vez que dizia 40, porque senão saía 80!!!
Adeus ó bái-te embora! Xiça!
Sabiam que ela têve aulas de dicção durante muito tempo? É verdade, é que tinha que tapar metade da boca cada vez que dizia 40, porque senão saía 80!!!
Adeus ó bái-te embora! Xiça!
quarta-feira, dezembro 14, 2005
Pinto dos Santos: o novo director da ESTA
O lead é este: «Pinto dos Santos, docente da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), é o novo director do pólo do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), sucedendo a Eugénio Pina de Almeida, recentemente eleito vice-presidente do instituto de ensino».
Para uma antiga aluna que sabe da notícia - e que há mais de um ano está afastada da ESTA - não recebo a novidade com estranheza. Certamente a ESTA começará novo ciclo, de continuação, mas espero também de regeneração. O mandato do dr. Eugénio jamais poderá ser esquecido. Foi ele o «pai» da escola de Abrantes e dos alunos a que sempre chamou «os filhos da casa». Ainda que alguns tenham sido filhos generosos e outros filhos injustiçados.
Que a nova direcção consiga prolongar o trabalho de seis anos e, sinceramente, desejo também que renova o bom mas, paralelamente, «destrua» os anti-corpos e os «vícios» que, naturalmente, lá dentro se criaram.
Ao dr. Eugénio, uma palavra sincera de uma aluna que se orgulha de ter estudado na ESTA: boa sorte nas novas funções que seguramente desempenhará com todo o profissionalismo.
Para uma antiga aluna que sabe da notícia - e que há mais de um ano está afastada da ESTA - não recebo a novidade com estranheza. Certamente a ESTA começará novo ciclo, de continuação, mas espero também de regeneração. O mandato do dr. Eugénio jamais poderá ser esquecido. Foi ele o «pai» da escola de Abrantes e dos alunos a que sempre chamou «os filhos da casa». Ainda que alguns tenham sido filhos generosos e outros filhos injustiçados.
Que a nova direcção consiga prolongar o trabalho de seis anos e, sinceramente, desejo também que renova o bom mas, paralelamente, «destrua» os anti-corpos e os «vícios» que, naturalmente, lá dentro se criaram.
Ao dr. Eugénio, uma palavra sincera de uma aluna que se orgulha de ter estudado na ESTA: boa sorte nas novas funções que seguramente desempenhará com todo o profissionalismo.
terça-feira, dezembro 06, 2005
Primeiro Debate Presidencial sem nada de novo!
No primeiro debate frente-a-frente entre os candidatos à Presidência da República, nem Cavaco nem Alegre deram a conhecer ao País ideias novas. Se o deputado-poeta perdeu a sua grande oportunidade - que a sorte do sorteio lhe concedera - para afrontar o ex-primeiro-ministro, já Cavaco foi igual a si próprio. Tal como Oliveira e Costa, presidente da Eurosondagem afirmou esta semana a O DIABO, limitou-se a esperar que o relógio passasse.
Em 60 minutos de exposição de ideias, resta-me apenas escrutinar as mais razoáveis que ouvi por parte dos dois adversários.
Cavaco Silva defende um governo forte e a cumprir o mandato até ao final dos quatro anos para que foi eleito. Manuel Alegre está preocupado com as tensões entre o procurador-geral da República e outros órgãos de soberania e, por isso, defende que o Presidente da República deve intervir nestas situações.
O professor sabe que o tempo joga a seu favor. As sondagens também. Mas estas eleições, na minha opinião, não serão como muitos pensam - a começar pelo staff cavaquista - um passeio na «Avenida da Liberdade». A única diferença é que, nesse passeio, há uma alteração de protagonista. Deixou de ser Mário Soares para passar a ser o seu amigo/inimigo Manuel Alegre. Será o presságio da «trova do vento que passa» como escreveu o poeta/político?
A 22 de Janeiro se saberá!
Em 60 minutos de exposição de ideias, resta-me apenas escrutinar as mais razoáveis que ouvi por parte dos dois adversários.
Cavaco Silva defende um governo forte e a cumprir o mandato até ao final dos quatro anos para que foi eleito. Manuel Alegre está preocupado com as tensões entre o procurador-geral da República e outros órgãos de soberania e, por isso, defende que o Presidente da República deve intervir nestas situações.
O professor sabe que o tempo joga a seu favor. As sondagens também. Mas estas eleições, na minha opinião, não serão como muitos pensam - a começar pelo staff cavaquista - um passeio na «Avenida da Liberdade». A única diferença é que, nesse passeio, há uma alteração de protagonista. Deixou de ser Mário Soares para passar a ser o seu amigo/inimigo Manuel Alegre. Será o presságio da «trova do vento que passa» como escreveu o poeta/político?
A 22 de Janeiro se saberá!
domingo, dezembro 04, 2005
Os poderes de Cavaco
Não foi por acaso que Cavaco Silva sentiu a necessidade de repetir várias vezes que conhecia bem os poderes presidenciais. Cavaco teve que dizer que conhecia, entendia, respeitava e não queira alterar os poderes do Presidente. E fê-lo porque é assim que pensa (e sempre pensou) mas também para explicar a alguns dos seus apoiantes que as presidenciais não são a segunda volta das legislativas.
Os portugueses têm uma capacidade absurda de depositar todas as esperanças nas eleições seguintes. É interessante como louvor à democracia, mas é perigoso porque nem todas as eleições tê os mesmo objectivo. As legislativas, as europeias, as autárquicas e as presidenciais têm objectivos claramente diferentes. E, se já foi ridículo ouvir pedidos de demissão do governo na noite das autárquicas, continua a ser ridículo pensar que o próximo Presidente vai governar o País. Não vai nem quer, seja ele Cavaco, Soares ou Alegre. Cavaco sentiu necessidade de dar esta explicação porque muitos dos seus apoiantes têm aspergido as massas a teoria dos super-poderes presidenciais. E apoiam-se em três factos e um desejo:
a) O País vive uma profunda crise. b) Cavaco é que dava um bom primeiro-ministro. c) Jorge Sampaio criou um precedente quando dissolveu o Parlamento. d) Cavaco vai dissolver o Parlamento, correr com Marques Mendes e fazer de António Borges ou Dias Loureiro primeiro-ministro.O raciocínio está todo errado:
a) A crise que o País vive é profunda mas não depende de um regime presidencialista. b) Cavaco não quer governar, quer presidir. c) Cavaco teria feito o mesmo que Sampaio (e mais cedo). d) Cavaco sempre defendeu as maiorias absolutas e a estabilidade (muito mais que Sampaio ou Soares).Concluindo, os poderes que Cavaco quer são os que já lá estão. Nem mais nem menos. E era isso o País precisava de ouvir.
Temos, assim, uma eleições presidenciais e não vamos assistir a nenhuma mudança de regime.
P.S. - Lamento se divago na «politiquice» do noss País...mas o blogue parece abandonado... Vão dando notícias... Beijinhos e abraços a todos!
Os portugueses têm uma capacidade absurda de depositar todas as esperanças nas eleições seguintes. É interessante como louvor à democracia, mas é perigoso porque nem todas as eleições tê os mesmo objectivo. As legislativas, as europeias, as autárquicas e as presidenciais têm objectivos claramente diferentes. E, se já foi ridículo ouvir pedidos de demissão do governo na noite das autárquicas, continua a ser ridículo pensar que o próximo Presidente vai governar o País. Não vai nem quer, seja ele Cavaco, Soares ou Alegre. Cavaco sentiu necessidade de dar esta explicação porque muitos dos seus apoiantes têm aspergido as massas a teoria dos super-poderes presidenciais. E apoiam-se em três factos e um desejo:
a) O País vive uma profunda crise. b) Cavaco é que dava um bom primeiro-ministro. c) Jorge Sampaio criou um precedente quando dissolveu o Parlamento. d) Cavaco vai dissolver o Parlamento, correr com Marques Mendes e fazer de António Borges ou Dias Loureiro primeiro-ministro.O raciocínio está todo errado:
a) A crise que o País vive é profunda mas não depende de um regime presidencialista. b) Cavaco não quer governar, quer presidir. c) Cavaco teria feito o mesmo que Sampaio (e mais cedo). d) Cavaco sempre defendeu as maiorias absolutas e a estabilidade (muito mais que Sampaio ou Soares).Concluindo, os poderes que Cavaco quer são os que já lá estão. Nem mais nem menos. E era isso o País precisava de ouvir.
Temos, assim, uma eleições presidenciais e não vamos assistir a nenhuma mudança de regime.
P.S. - Lamento se divago na «politiquice» do noss País...mas o blogue parece abandonado... Vão dando notícias... Beijinhos e abraços a todos!
Soares e a estabilidade
O manifesto político de Soares voltou a apontar os holofotes para a questão da estabilidade. Mas Soares fez bem em mostrar que a estabilidade não se resume à maioria absoluta e às relações Belém-São Bento. Para Soares, é importante que a estabilidade seja conseguida num clima de paz social e sem exclusões. Um discurso difícil mas que é o discurso certo para Soares marcar o seu espaço.
Para Cavaco, o mais importante era mostar que não treslia os poderes presidenciais e que não ia deitar o Governo abaixo à primeira oportunidade. Para Soares, essas duas questões tinham pouca importância; o que era relevante era tentar passar a ideia de que ele (e só ele) pode conciliar a difícil accção governativa (e as medidas duras) com os protestos de corporações, sindicatos e dos portugueses em geral. A sua tese é simples: só ele é que tem condições para simultaneamente «cobrir» as decisões mais duras do Governo e negociar a paz social. E esse ponto é, de facto, importante. É, acima de tudo, o ponto que permite marcar diferenças com os outros candidatos de esquerda (que têm menos vontade de suportar as decisões do governo) e de Cavaco Silva, cuja capacidade de concertação social sempre foi pequena (salvo o célebre acordo com a UGT, que o tempo já leva). Este é o ponto mais importante do discurso de Soares. Se esta mensagem passa e, sobretudo, se é mobilizadora é outra questão. Mas é essa questão que vai ditar se há ou não uma segunda volta das presidenciais.
Para Cavaco, o mais importante era mostar que não treslia os poderes presidenciais e que não ia deitar o Governo abaixo à primeira oportunidade. Para Soares, essas duas questões tinham pouca importância; o que era relevante era tentar passar a ideia de que ele (e só ele) pode conciliar a difícil accção governativa (e as medidas duras) com os protestos de corporações, sindicatos e dos portugueses em geral. A sua tese é simples: só ele é que tem condições para simultaneamente «cobrir» as decisões mais duras do Governo e negociar a paz social. E esse ponto é, de facto, importante. É, acima de tudo, o ponto que permite marcar diferenças com os outros candidatos de esquerda (que têm menos vontade de suportar as decisões do governo) e de Cavaco Silva, cuja capacidade de concertação social sempre foi pequena (salvo o célebre acordo com a UGT, que o tempo já leva). Este é o ponto mais importante do discurso de Soares. Se esta mensagem passa e, sobretudo, se é mobilizadora é outra questão. Mas é essa questão que vai ditar se há ou não uma segunda volta das presidenciais.
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