Segundo Mário Lino, só é deserto em Portugal toda a região que fica a Sul do Tejo. Portanto, de acordo, com tal teoria, Abrantes nunca poderia incluir-se nesse âmbito. A verdade, desculpem-me a franqueza, é que infelizmente, a minha cidade continua um «deserto». Estarão a pensar alguns: «mas que raio sabe esta de Abrantes se já lá não vive?». Sei muito. Quer queiramos, quer não, todos nós, fazemos sempre por acompanhar o que se passa na nossa santa terrinha! E a verdade é que o «mar de Abrantes» — termo ridículo — anda nas bocas deste pequenino País! 10 milhões de euros. 2 milhões de contos para ter um açude que é uma espécie de mar! A inauguração oficial já teve lugar, ainda que a notícia tenha sido uma valenta vaia que o nosso Primeiro teve como presente à chegada!
É por estas e por outras que o endividamento nas câmaras municipais neste País está como está. Para investir tanta massa em putativa atracção turística há folga orçamental, mas para se investir à séria na reabilitação urbana, na acção social e cultural, já não vale a pena! Lamento que uma autarquia socialista — e cujo edil tanto fez pela cidade — esteja a seguir o mesmo rumo da Administração Central. A cor partidária talvez assim tenha ditado!
Gosto que a minha cidade tenha uma zona ribeirinha aprazível, que atrai turismo. Só lamento que, paralelamente, não haja o mesmo esforço no lado mais paupérrimo que ainda existe. Naquela Abrantes profunda que todos sabem que existe mas que todos se recusam a ver.
3 comentários:
acho que Putativa é sempre uma palavra que fica bem. Conheço algumas pessoas a quem esse sobrenome se adequava!
Pois... O termo também é mais conotado com comportamentos menos «OK»... Infelizmente já entrou no meu vocabulário, fruto deste discurso (que a muitos chateia) político!
Clara, manda-me um mail para o marcodinissantos (arroba) gmail (ponto) com
Necessito falar contigo.
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