Controversa. Polémica. E discutível. Assim vai a discussão sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG). Para a maioria, senão mesmo a totalidade das igrejas, o aborto é um crime intolerável contra um inocente indefeso. Para uma grande parte de não religiosos é, não só o recurso extremo para uma gravidez indesejada, como ainda, uma forma de proteger a mulher contra o aborto clandestino que quase sempre deixa sequelas e muitas vezes ceifa vidas.
Legalizada ou não, a prática da IVG parece ser corrente na nossa sociedade, embora e quase sempre em situação de desastre inevitável. Se é certo que a sua proibição não trará qualquer diminuição à sua prática, certo é também, que a sua legalização poderá vir, pelo menos, diminuir o catastrófico da morte.
Na minha opinião o que o Governo pede a todos os portugueses no próximo dia 11 é apenas a liberalização. E é esse o dilema e a confusão que pelo menos em mim está a criar. Enquanto mulher. E enquanto cidadã. Porque, ao contrário, do que tendem a passar os defensores do sim — que apregoam em alto e bom som a despenalização — esta última não é alcançada com a lei em causa. Toda a mulher que abortar às 10 semanas e um dia continua a ser criminosa.
Considero por isso que a discussão não é séria. Primeiro, porque é a lei do Partido Socialista que os portugueses vão escrutinar. Segundo, porque o PS não assume, honesta e politicamente, como seria de esperar, que não é de despenalização que se trata. E terceiro, porque está a enganar os portugueses ao não dizer o que acontecerá se o resultado do referendo for vinculativo.
Uma coisa é certa, as pessoas que são contra a IVG consideram-na um crime e as que o aceitam dividem-se em relação ao momento em que se aborta e as circunstâncias que levam as mulheres a praticá-lo. Falta saber se o embrião é uma «pessoa» ou se é apenas material genético. Não nos podemos esquecer que a prática do aborto é uma realidade e passa por saber em que condições será realizado. E é isso que precisamente não sabemos.
Por fim, acho lamentável que esta campanha esteja, mais uma vez, a ser vergonhosamente partidarizada. Um PS que não olha a meios para fazer aprovar uma lei «mal feita». Um PSD que opta por não ter posição oficial mas cujo presidente faz campanha pelo «Não». (Seria mais lógico o maior partido da oposição — que doutrinariamente defende o «Não» — assumi-lo oficialmente. Prefere antes ser demagógico…). Um CDS, agarrado à matriz ideológica, que não sabe evoluir no discurso, mesmo sendo pelo direito à vida. E um PCP — morto por dentro — e um BE — fundamentalista por fora e despido de ideologia interna — que apelam obsessivamente ao «sim». Assim vai, passo a passo, o debate sobre o referendo neste País!
P.S. – Lanço o tema para a discussão no blogue. Deixo algumas ideias. Mesmo para os que acham os meus textos chatos… Beijinhos e abraços para todos.
3 comentários:
havia de ganhar tempo para escrever aqui qualquer coisa, mas ando sem inspiração para coisas sérias, só te digo, que nem equer concordo com o referendo, acho que cabe a cada uma, ou seja a cada mulher decidir o que fazer com o que trazem na barriga!
já agora as 10 semanas começam a contar quando? quando se tem conhecimento? quando se mandou a queca? por acaso nem sei! beijocas e té breve!
Ninguém sabe Ginga!
Por isso é que tudo isto, na minha opinião, é um degredo!
Queira Deus que, se a IGV até às 10 semanas for aprovada, não traga consequências nefastas e que ninguém acautelou antes!
Beijocas.
"Aborto: onde está a verdade?"
Ensina-se tanta coisa útil ao veículo externo do ser humano. Existem toneladas de informação, mas no nível em que a humanidade está pecamos muitas vezes por não saber comunicar.
Quando é que vamos conseguir ser mais simples e sérios no propósito de comunicar e fazer passar a mensagem que dignifica a vida?
Quando mudarmos de rumo a níveis mais profundos e subtis, sem no entanto abdicar deste plano físico, começaremos a vislumbrar o impulso de energia, o sopro da vida que dá forma à matéria.
Enquanto seres de superfície, estaremos limitados a um mundinho que é somente a ponta do iceberg.
Neste mundo onde muitos querem ter razão e apresentam discursos que por vezes insultam a nossa capacidade de conhecer a nossa origem, regressa-se à futilidade de mentes vagabundas.
A verdade talvez esteja em níveis muito mais profundos e subtis em cada um de nós, e a vida talvez encontre outro significado que a ciência só agora começa a vislumbrar em universos atómicos e subatómicos de energia subtil.
Quando a nossa mente e o coração se unem acontece um silêncio na nossa consciência mais profunda. E no nosso centro de luz temos uma resposta que sempre defenderá o que nos deu a vida...
Podemos "aniquilar" o veículo físico, desprover o receptáculo de energia densificada da forma que iria abrigar um corpo mais subtil de energia, mas é impossível matar a origem que dá a vida.
Que cada um vote em consciência profunda...
OM-Lumen
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